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Ansiedade

O que é a Ansiedade?

 

A ansiedade é considerada geralmente como uma reação normal a um perigo. Por norma termina quando este se dissipa. Podemos dizer que é vital para a nossa sobrevivência.
É definida como "uma resposta emocional (apreensão, tensão, inquietação) em antecipação do perigo, cuja fonte é desconhecida ou não é reconhecida. A ansiedade pode ser considerada patológica quando interfere com a eficiência da vida diária, a satisfação dos objetivos desejados ou satisfação ou conforto emocional razoável. (Shahrokh e Hales, 2003), citado por (Townsend, 2009).

É difícil traçar uma linha precisa entre a ansiedade normal e a anormal. A normalidade é determinada por padrões sociais, diferenças regionais ou diferenças culturais. A ansiedade é considerada anormal ou patológica se:
1- For muito desproporcional em relação à situação que a cria

2- Se interfere com o funcionamento social, ocupacional ou outras áreas imortantes do mesmo.
 

A ansiedade pode ir desde o nível leve até ao ataque de pânico (mais grave). Na ansiedade leve há uma perceção aumentada (ex. ruídos mais aumentados, detalhes mais claros), há uma maior consciência e maior vigilância. Por outro lado num estado mais grave a ansiedade leva a que se possa perceber o ambiente de forma errada (um elemento pode ser elaborado de modo desproporcional) ou ainda pode haver a incapacidade de focalizar qualquer detalhe do ambiente.

A ansiedade é assim uma apreensão difusa, que é vaga na sua natureza e está associada com sentimentos de incerteza e impotência.

Os sentimentos de ansiedade são tão comuns na nossa sociedade, que são quase considerados universais. A ansiedade nasce do caos e confusão que existe atualmente no mundo. O medo do desconhecido e as condições de ambiguidade, oferecem um solo fértil para a ansiedade se enraizar e crescer.

Níveis baixos de ansiedade são adaptativos e podem fornecer a motivação requerida para a sobrevivência. A ansiedade torna-se problemática quando o indivíduo não consegue prevenir que esta se eleve a um nível que interfere com a capacidade de satisfazer as necessidades básicas.
Peplau (1963) identificou quatro níveis de ansiedade: ligeiro, moderado, grave e pânico. É importante saber reconhecer os sintomas associados a cada nível para planear uma intervenção apropriada aos indivíduos ansiosos.

 

  • Ansiedade Ligeira: Este nível de ansiedade raramente é um problema para o indivíduo. (Está associado com a tensão sentida em resposta aos eventos do dia a dia)

  • Ansiedade Moderada: Conforme o nível de ansiedade aumenta, a extensão do campo percetivo diminui (a atenção do indivíduo e a capacidade de concentração diminuem, apesar deste ainda ser capaz de atender necessidades com orientação).

  • Ansiedade Grave: A atenção está extremamente limitada e o indivíduo tem dificuldade em completar mesmo a tarefa mais simples. Os sintomas físicos (dores de cabeça, palpitações, insónias) e emocionais (confusão, medo, horror) podem ser evidentes.

  • Pânico: É o estado mais intenso de ansiedade, o indivíduo não consegue focar-se em nenhum detalhe do ambiente. As más interpretações são comuns e pode ocorrer uma perda de contato com a realidade. O indivíduo pode ter alucinações ou delírios.O pânico está associado a um sentimento de terror, e os indivíduos podem convencer-se de que têm uma doença terminal ou temem estar a ficar loucos ou a perder o controlo (APA,2000), citado em (Townsend, 2009). O pânico prolongado pode levar à exaustão física e emocional e pode colocar o indivíduo numa situação de perigo de vida.

 

Estão incluídos nas perturbações da ansiedade:

  • As perturbações da ansiedade generalizada (que apresentamos aqui);

  • As fobias;

  • A perturbação de pânico (criar link);

  • A perturbação obsessivo-compulsiva (criar link) (OCD);

  • A perturbação de pós stress-traumático (criar link) (PTSD);

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                   

Quais são os sinais e sintomas da Ansiedade?

 

Os sinais e sintomas que poderão estar presentes são:

- Ansiedade e preocupação excessivas;

- Dificuldade em controlar a preocupação;

- Agitação, nervosismo ou tensão interior;

- Fadiga fácil;

- Dificuldade de concentração ou mente vazia;

- Irritabilidade;

- Tensão muscular;

- Perturbações do sono;

- Mau estar significativo, ou défice no funcionamento social, ocupacional ou em outras áreas significativas.

 

 

O que causa a Ansiedade?

 

A ansiedade está relacionada com experiências vividas e também com o funcionamento do nosso organismo. Por exemplo, poderá estar associado a experiências traumáticas como um acidente de carro, ou situação de doença.
A causa mais provável da ansiedade, não é uma só mas sim, uma combinação de fatores, incluindo fatores psicosossiais, influências biológicas, e influências de aprendizagem.

 

Os fatores predisponentes implicados na etiologia das perturbações de ansiedade, são variados e existem várias teorias para explicá-los:     

 

Teoria psicodinâmica

  • Incapacidade do ego intervir quando ocorre um conflito entre o id e o superego, produzindo ansiedade por desenvolvimento retardado do ego, o indivíduo recorre a mecanismos incoscientes de defesa do ego (ver quadro abaixo) para resolver o conflito, o que acarreta respostas mal adaptativas à ansiedade.

                                                                                             Mecanismos de Defesa do Ego

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

      

 

 

 

 

 

 

Adaptado do Quadro 2-2 Mecanismos de Defesa do Ego Capítulo 2- Saúde Mental/Doença Mental: conceitos

históricos e teóricos, pág 19 (Townsend, 2009)

 

 

Teoria cognitiva

  • Padrões de pensamento defeituosos, distorcidos ou contra-producentes mal adaptativos (Sadock & Sadock, 2007) citado em (Townsend, 2009)

  • Há uma perturbação dos sentimentos e do comportamento por uma avaliação errónea ou disfuncional de uma situação e incapacidade de raciocinar em relação ao problema..

 

Aspetos Biológicos

  • Genéticos- principalmente Pertubações de Pânico com forte componente genético (Harvard Medical School 2001) citado por (Townsend, 2009)

  • Neuroanatómicos -  Centralização da fisiologia dos estados emocionais, nos centros cerebrais inferiores (sistema limbico, diencéfalo: Tálamo e Ipotálamo e formação reticular)
    Envolvimento patológicodos lobos temporais (hipocampo e amigdala) (Sadock & Sadock, 2007) citado em (Townsend, 2009)

                                    
                                                Neurobiologia das Perturbações da ansiedade

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

                                                          Adaptado de Perturbações da Ansiedade Figura 30-1 pág 585

Neurotransmissores
Apesar de outros neurotransmissores também terem sido implicados na fisiopatologia das perturbações da ansiedade, as perturbações na serotonina, norepinefrina e ácido gama-aminobutírico (GABA) parecem ser as mais significativas.
Os corpos celulares de origem das vias serotonérgicas encontram-se no núcleo de raphae localizado no tronco cerebral. Pensa-se que a serotonina diminui nas perturbações da ansiedade. O GABA é o principal neurotransmissor inibitório no cérebro. Está envolvido na redução e abrandamento da atividade celular. É sintetizado a partir do ácido glutâmico, com a vitamina B como co-fator. Encontra-se em quase todas as regiões do cérebro. Pensa-se que o GABA está diminuído nas perturbações da ansiedade (permitindo o aumento da excitabilidade celular).


Áreas do Cérebro Afetadas
         As áreas do cérebro afetadas por perturbações da ansiedade e os sintomas que mediam incluem os seguintes:   

  • Amígdala - Medo. Particularmente importante nas perturbações de pânico e fóbicas

  • Hipocampo - Associado à memória relacionada com as respostas de medo

  • Locus ceruleus - Excitação

  • Tronco cerebral - Ativação respiratória; frequência cardíada

  • Córtex frontal - Interpretações cognitivas

  • Tálamo - Integração dos estímulos sensoriais

  • Gânglios basais - Tremor

 

 

  • Bioquímicos- Aumentos anormais do lactato de sódio sanguíneo principalmente em portadores de perturbação de pânico (Townsend, 2009)

  • Neuroquímicos - Envolvimento do neurotransmissor Norepineferína  que é conhecido por mediar a excitação e causa na Hiperexcitação e controle.  (Townsend, 2009)

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Como é diagnosticada a Ansiedade?

 

Os sintomas devem ter estado mais frequentemente presentes que ausentes durante pelo menos 6 meses e não podem ser atribuídos a fatores orgânicos específicos, como uma intoxicação por cafeína ou hipertiroidismo e devem ter causado um sofrimento ou perturbação clinicamente significativos ou prejuízo no funcionamento social, ocupacional ou noutras áreas importantes de funcionamento,

  • Ansiedade e preocupação excessivas em relação a alguns acontecimentos que o indivíduo acha difícil controlar;

  • Inquietação, nervosismo ou ter os "nervos em franja";

  • Fadiga fácil

  • Dificuldade de concentração ou "ter uma branca"

  • Irritabilidade

  • Tensão muscular

  • Perturbação do sono (dificuldade em adormecer ou em permanecer a dormir ou sono inquieto e insatisfatório)

 

A Perturbação pode iniciar-se na infância ou adolescência, mas o início não é raro após os 20 anos. Sintomas depressivos são comuns e numerosas queixas somáticas podem também fazer parte do quadro clínico. A perturbação da ansiedade generalizada tende a ser crónica, com exacerbações e flutuações frequentes relacionadas com o stress na evolução da doença.

 

 

Qual é o tratamento para a Ansiedade

 

Os cuidados e tratamentos para a ansiedade poderão basear-se em medicação (com acompanhamento médico) ou psicoterapia realizada por técnico especializado.

 

Medicamentos:

 

Psicoterapias:

 

 

Onde posso dirigir-me?

Os cuidados e tratamentos para a ansiedade poderão basear-se em medicação (com acompanhamento médico) ou psicoterapia realizada por técnico especializado.

 

 

Contatos e Links úteis

 

SOS Voz Amiga

A Porta - Associação dos Portadores de Transtornos de Ansiedade ( http://www.aporta.org.br/ )

 

 

Referências

 

Townsend, M. C. (2000). Enfermagem Psiquiatrica - Conceitos de cuidados. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.

 

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