O que é a Depressão?

 

Por vezes, é normal sentirmo-nos “em baixo”. De facto, sentimentos de tristeza ou desilusão são bastante comuns, particularmente em resposta a uma perda, um fracasso ou mesmo uma mudança. A depressão é diferente de sentirmo-nos apenas “em baixo” ou infelizes. A gravidade dos sentimentos, quanto tempo duram e a presença de outros sintomas são alguns dos fatores que separam a tristeza normal da depressão. A depressão é mais comum em mulheres que em homens e a probabilidade aumenta com a idade.

 

A Organização Mundial de Saúde define a depressão como um transtorno mental comum, caracterizado por tristeza, perda de interesse, ausência de prazer, oscilações entre sentimentos de culpa e baixa autoestima, além de distúrbios do sono ou do apetite. Também há a sensação de cansaço e falta de concentração.

 

A depressão pode ter várias formas:

 

 

Episódio depressivo crónico

 

Aplica-se quando o episódio atual de humor deprimido tem sido continuamente evidente pelo menos nos últimos dois anos.

 

 

Episódio depressivo com características melancólicas

 

É uma forma tipicamente grave de episódio depressivo major. Os sintomas são exagerados. Até mesmo uma reatividade temporária a estímulos normalmente agradáveis está ausente.

 

 

Episódio depressivo com padrão sazonal

 

Indica a presença de sintomas depressivos durante os meses de outono e inverno. Este diagnóstico é feito quando o número de episódios depressivos sazonais é substancialmente mais elevado que o número de episódios depressivos não sazonais ocorridos durante a vida do individuo.

 

 

Episódio depressivo com início pós-parto 

 

Quando os sintomas de depressão major ocorrem dentro de 4 semanas após o parto.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Quais são os sinais e sintomas da Depressão?

 

• Tristeza persistente, ansiedade ou sentimento de “vazio”

• Perda do interesse ou prazer nas atividades comuns, incluindo o sexo

• Diminuição da energia, fadiga, sentir-se “lento”

• Problemas em dormir (insónia, sono excessivo, despertar bastante cedo)

• Problemas alimentares (perda de apetite ou de peso, aumento de peso)

• Dificuldade de concentração, em recordar ou tomar decisões

• Dores recorrentes que não respondem ao tratamento

• Irritabilidade

• Choro excessivo

• Sentimentos de desespero ou pessimismo

• Sentimentos de desespero ou pessimismo

• Sentimentos de culpa, inutilidade ou desamparo

• Pensamentos de morte ou suicídio; tentativa de suicídio

De National Institute of Mental Health

 

 

Pode surgir:

 

- Humor depressivo a maior parte do dia, praticamente todos os dias (em crianças e adolescentes o humor pode ser irritável);

- Diminuição acentuada do interesse ou prazer;

- Perda de peso significativa, ou ganho de peso, ou diminuição ou aumento do apetite;

- Insónia ou hipersónia;

- Agitação ou lentificação psicomotora;

- Fadiga ou perda de energia;

- Sentimentos de desvalorização ou culpa excessiva ou inadequada;

- Diminuição da capacidade de pensamento ou da concentração ou indecisão;

- Pensamentos recorrentes de morte.

 

 

O que causa a Depressão?

 

 As causas da depressão não são totalmente conhecidas. É muito provavelmente causada por uma combinação de fatores:

• Genéticas. Foram realizadas diversas pesquisas para determinar se a depressão é hereditária. Apesar de não ter sido descoberto nenhum modo direto de transmissão hereditária, descobriu-se que a depressão ocorre efetivamente nas famílias. Temos maior probabilidade de ficar depressivos se um familiar biológico próximo tem ou teve a doença.

• Biológicas. Pensa-se que a depressão é causada por um desequilíbrio químico no cérebro. Descobriu-se que os neurotransmissores serotonina, norepinefrina e dopamina têm deficiências em pessoas com sintomas depressivos.

• Hormonais. Nas mulheres, as hormonas femininas estrogénio e progesterona desempenham provavelmente um papel na depressão. Estas hormonas contribuem para a depressão pré-menstrual, depressão pós-parto e depressão associada à menopausa.

• Efeitos Secundários da Medicação. Alguns medicamentos, como os esteroides, hormonas, quimioterapia do cancro e anti-parkinsonianos causam depressão como efeito secundário.

• Deficiências Nutricionais. Deficiências nas vitaminas B1, B6, B12 e C e a niacina, ferro, ácido fólico, zinco, cálcio e potássio podem produzir sintomas de depressão. 

 

As causas para a depressão podem ser várias. no entanto, parece estar associada a um sentimento de perda de algo que a pessoa valoriza, não conseguindo lidar com isso de forma saudável.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

Como é diagnosticada a Depressão?

 

Um especialista em saúde mental, como um psiquiatra, assistente social ou psicólogo é a melhor origem para o diagnóstico da depressão. Um teste de avaliação escrito pode ser administrado, mas a depressão é geralmente diagnosticada com base em sintomas e outros critérios

 

A depressão geralmente é diagnosticada com base em sintomas e outros critérios, onde um teste de avaliação escrito pode ser administrado.

 

 

Qual é o tratamento para a Depressão

 

Os doentes com depressão têm diversas opções de tratamento, incluindo a psicoterapia e a medicação antidepressiva. Concluiu-se que qualquer destas opções pode ser eficaz, no entanto, uma combinação das duas demonstrou ser mais eficaz que qualquer um dos tratamentos por si só. Para aqueles que não apresentam melhoras com medicações e/ou psicoterapia, outras técnicas, como a terapia electroconvulsiva (ETC) demonstraram ser seguros e eficazes no tratamento dos sintomas depressivos.

 

Para além do tratamento farmacológico devem ser associadas outras formas de psicoterapia, aumentando assim a eficácia do tratamento, tendo em conta que a depressão é multicausal e múltiplos fatores interferem no seu surgimento.

 

 

Links úteis

 

ADEB - Associação de Apoio aos Doentes Depressivos e Bipolares

 

 

Referências

 

Townsend, M. C. (2000). Enfermagem Psiquiatrica - Conceitos de cuidados. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan.

Townsend M. C., 2009 - Enfermagem em Saúde Mental e Psiquiátrica - Conceitos de cuidado na prática baseada na evidência - Lusociência, 6ª ed., Lisboa , 2009

Apêndice G – Exemplos de Guias de Ensino, pág. 883